domingo, 15 de novembro de 2015

O poema sobre Hiroshima

A rosa de Hiroshima – Vinicius de Moraes

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada
Através das palavras, Vinicius de Moraes revela um olhar sensível sobre o traumático acontecimento no sul do Japão, que hoje, dia 06 de agosto de 2012, faz 67 anos que aconteceu. O apelo que o poeta faz para que pensemos nas pessoas que sofreram com a radioatividade da bomba atômica, lançada em Hiroshima em 1945, e que lembremos, sempre, da desolação e dos ferimentos que as guerras causam – ferimentos não somente físico, mas, sobretudo psicológico -, nos faz refletir sobre aquilo que jamais será esquecido pela história. A memória das mais de oitenta mil pessoas que morreram após o lançamento da bomba e das várias gerações que sofreram com os efeitos da radioatividade é preservada, entre tantas outras manifestações artísticas, no poema intitulado “Rosa de Hiroshima”.
O século XX foi prova de que a racionalidade e o progresso científico em disjunção com o afeto e a sensibilidade têm um poder altamente destrutivo. É preciso lembrar das mulheres, dos homens, das crianças que sofreram com as doenças genéticas, com a má formação dos fetos, com o comprometimento do sistema nervoso e hormonal e, assim, nos sintamos afetados com o que aconteceu no passado, para tentarmos evitar que novos conflitos dessa dimensão aconteçam.
Se uma bomba é capaz de destruir sonhos, sorrisos e a vida de milhares de pessoas, a arte é capaz de reconstruir os sentimentos que parecem estar perdidos. Se a beleza de milhares de flores – mulheres e crianças – foi transformada pelo impacto da guerra em uma imensa nuvem de pó, Vinicius de Moraes transforma essa nuvem novamente em flor, uma flor que nasce dentro de cada leitor, dentro de cada ser humano que se conscientiza da responsabilidade que têm pela vida das pessoas que dividem o mesmo espaço, os mesmos sentimentos de pureza e fragilidade.http://pueridomusararaquara.com.br/blog/?p=177

A matemática na Quimica

Meia-vida de elementos radioativos e a matemática

A matemática está presente em diversas áreas, como por exemplo na química, sendo assim, podemos destacar o cálculo da meia-vida dos elementos radioativos.


Sempre procuramos saber onde iremos aplicar aquilo que estudamos em sala de aula para que o que foi aprendido tenha alguma significação, seja útil em nossas relações cotidianas. As disciplinas de física, química e biologia são algumas áreas de aplicação da matemática, mas podemos vê-la sendo aplicada em todos os momentos de nossa vida e nas mais variadas profissões. A criação de modelos matemáticos para representar e explicar o comportamento de algum fenômeno físico, químico, biológico ou até social é uma forma de melhor compreender os objetos em estudo.

Diante disso, vamos analisar uma aplicação da matemática na química, mais precisamente o uso de funções exponenciais no estudo de materiais radioativos. A humanidade sempre conviveu com a radioatividade, quer seja de origem natural ou induzida. Isso mesmo, além da radioatividade produzida pelo próprio homem, há aquela que surge diretamente da natureza. Até mesmo em vegetais pode ser detectada a radioatividade.

Esse fenômeno consiste basicamente em: se um átomo tiver seu núcleo muito energético ele tende a se estabilizar, liberando o excesso de energia em forma de partículas e ondas. As partículas liberadas são conhecidas como radiações alfa e beta; as ondas eletromagnéticas são denominadas de raios gamas. Meia-vida é o tempo necessário para que a atividade radioativa de um elemento seja reduzida pela metade. Após o primeiro período de meia-vida de um elemento, apenas metade de seus átomos apresentam radioatividade. Após o segundo período, apenas ¼ dos átomos. Apenas 1/8 dos átomos apresentarão radioatividade após o terceiro período de meia-vida, e assim por diante.

Observe que esse fenômeno (meia-vida) característico de elementos radioativos apresenta o comportamento de uma função exponencial. Vamos analisar com mais cuidado para melhor compreensão.

Imagine que determinado elemento possua x átomos com atividade radioativa. Após o primeiro período de meia-vida, o número de átomos radioativos será de x/2. Em seguida, após o terceiro período de meia-vida, o número de átomos será de x/4 e x/8 após o quarto período. Analisando a sequência: x, x/2, x/4, x/8...

Podemos concluir que o termo geral é da forma:
Onde,
n → é o número de átomos radioativos após um período de meia-vida.
x → é o número inicial de átomos radioativos do elemento.
t → é o período de meia-vida.

Gerenciamento de resíduos radioativos

A indústria nuclear é uma das poucas atividades com interferência humana que tem capacidade para controlar totalmente os rejeitos que produz. Devido às características do material radioativo, a Eletrobras Eletronuclear armazena e controla em tempo integral os rejeitos das usinas de Angra.

Os rejeitos são classificados pelo seu teor de radioatividade. Nas usinas de Angra, os rejeitos classificados como de baixa radioatividade são materiais utilizados na operação das usinas, como luvas, sapatilhas, roupas especiais, equipamentos e até fitas crepes. Depois de coletados e separados, estes materiais sofrem um processo de descontaminação para reduzir seus níveis de radioatividade. Alguns materiais são triturados e prensados, para ocuparem menos espaço e acondicionados em recipientes que bloqueiam a passagem dessa radiação.

Os resíduos de média radioatividade, compostos de filtros, efluentes líquidos solidificados e resinas são acondicionados em uma matriz sólida de cimento e mantidos dentro de recipientes de aço apropriados.
Com o passar do tempo, esse material perde a radioatividade, mas até lá tem de ser encapsulado e armazenado em depósitos isolados e monitorados.

Os rejeitos de alta radioatividade são os elementos combustíveis (foto menor) usados na geração de energia termonuclear. Como podem ser reaproveitados no futuro, depois 
de reprocessados, não chegam a ser propriamente rejeitos. Mas, enquanto isso não ocorre, os elementos combustíveis já utilizados na geração de energia ficam armazenados em piscinas especiais (foto maior) dentro dos prédios de segurança das usinas.

Os rejeitos radioativos ficam em depósitos, dentro da área da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Itaorna, até que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) escolha um local para armazená-los definitivamente (assim como outros materiais radioativos usados pela indústria ou pela Medicina).
Além de todo o cuidado na manipulação e armazenamento de rejeitos radioativos, a Eletrobras Eletronuclear tem um programa de monitoramento permanente dos níveis de radiação do ar, da terra e da água em torno da CNAAA, que é acompanhado por universidades, institutos de pesquisa, IBAMA, CNEN e a Agência Internacional de Energia Atômica. Esse programa constatou que o funcionamento das usinas nucleares de Angra não alterou os níveis de radioatividade do meio ambiente.

O gás metano e as vacas, qual a relação?

A agricultura é responsável por aproximados 14% dos gases estufa do mundo. Uma porção significativa dessas emissões vem do metano, que em termos de sua contribuição para o aquecimento global, é 23 vezes mais poderoso do que o dióxido de carbono. A Organização da Agricultura e Alimentos dos EUA informa que a produção de metano na agricultura pode aumentar em 60% por volta de 2030 [Fonte: Times Online (site em inglês)]. Cerca de 1,5 bilhão de vacas e bilhões de outros animais de pastagens existentes no mundo emitem dúzias de gases poluentes, incluindo uma grande quantidade de metano. Dois terços de toda a amônia vem das vacas.


As vacas emitem uma grande quantidade de metano através do arroto, e uma menor quantidade através da flatulência, ou seja, do seu pum. As estatísticas variam sobre quanto metano a vaca leiteira média expele. Alguns especialistas dizem que de 100 a 200 litros por dia, enquanto outros dizem que pode chegar a 500 litros por dia. De qualquer forma, é muito metano, uma quantidade comparável à poluição produzida por um carro em um único dia.
Para entender por que as vacas produzem metano, é importante conhecer um pouco mais sobre como funcionam. Vacas, cabras, ovelhas e muitos outros animais pertencem a uma classe de animais chamada de ruminantes. Os ruminantes têm quatro estômagos e digerem seu alimento em seus estômagos ao invés de seus intestinos, como fazem os humanos. Os ruminantes comem o alimento, regurgitam-no como bolo alimentar e tornam a comê-lo. Os estômagos são cheios de bactérias (em inglês) que facilitam a digestão, mas também produzem metano. 
Com milhões de ruminantes na Inglaterra, incluindo 10 milhões de vacas, uma grande iniciativa está sendo promovida para frear as emissões de metano por lá. As vacas contribuem com 3% de todas as emissões de gás estufa na Inglaterra e 25 a 30% de seu metano. Na Nova Zelância, onde a criação de gado e ovelhas tem importância vital, 34% dos gases estufa vêm dos animais criados na fazenda. Um estudo de três anos, que começou em abril de 2007 por cientistas galeses, está examinando se adicionar alho (em inglês) ao alimento da vaca pode reduzir sua produção de metano. O estudo está em andamento, mas os primeiros resultados indicam que o alho corta a flatulência da vaca pela metade, atacando os micróbios que produzem o metano e que vivem nos estômagos das vacas [Fonte: BBC News (site em inglês)]. Os pesquisadores também estão tentando verificar se a adição de alho afeta a qualidade da carne ou do leite produzidos e até mesmo se os animais ficam com mau hálito.
Um outro estudo da Universidade de Gales, Aberystwyth, está rastreando quantidades de metano e nitrogênio produzidos pelas ovelhas, que fornecem um bom modelo de comparação com as vacas porque possuem sistemas digestivos semelhantes. As ovelhas desse estudo estão vivendo em túneis de plástico onde a sua produção de metano é monitorada através de uma variedade de dietas.
Muitos outros esforços estão a caminho para reduzir a produção de metano do ruminante, tais como tentar criar vacas que vivam mais tempo e que tenham melhores sistemas digestivos. Na Universidade de Hohenheim, na Alemanha, cientistas criaram uma pílula para segurar os gases na pança da vaca - a primeira cavidade do estômago dos ruminantes - e converter o metano em glicose. No entanto, a pílula exige uma dieta rigorosa e horários estruturados de alimentação, coisas que podem não combinar muito bem com a pastagem.
Em 2003, o governo da Nova Zelândia propôs uma taxa sobre a flatulência, que não foi adotada devido a um protesto generalizado.
Outros esforços visualizam os campos de pastagem sendo usados pelos produtores de gado, os quais serão discutidos na próxima seção.
Então, sabemos que os ruminantes estão produzindo quantidades enormes de metano, mas por quê? Os humanos produzem gases diariamente, mas nada comparável ao que esses animais produzem. Na próxima página, aprenderemos mais sobre a fonte do problema do metano e sobre a controvérsia que existe por trás disso.

O gás metano

O metano (CH4) é um gás incolor e sem cheiro, possui pouca solubilidade em água e, quando adicionado ao ar, pode ser altamente explosivo. Ele é muito conhecido por suas propriedades energéticas e por ser proveniente das vacas, mas veremos que há diversas outras fontes de CH4, que pode ser muito prejudicial à saúde humana.
Esse gás está no grupo dos hidrocarbonetos (HC), que são compostos formados por carbono e hidrogênio, e podem se apresentar na forma de gases, partículas finas ou gotas. Dentro do grupo de hidrocarbonetos totais (THC), há os hidrocarbonetos simples - metano, e os hidrocarbonetos não-metano - esses últimos compreendem os THC menos a parcela de CH4Todos têm a propriedade de serem precursores para a formação do ozônio troposférico e podem ser vetores do desequilíbrio do efeito estufa.
Fontes
O metano surge na natureza devido aos seguintes processos:
• Decomposição de lixo orgânico (aterros sanitários e lixões);• Digestão de animais;• Reservatórios de hidrelétricas;• Processos industriais;• Pecuária;• Metabolismo de certos tipos de bactérias;• Vulcões de lama;• Extração de combustíveis minerais (principalmente o petróleo);• Produção de combustíveis fósseis (gás e carvão);• Queima de combustíveis fósseis (veículos);• Aquecimento de biomassa anaeróbica.
Como o CH4 pode ser produzido por meio de matéria orgânica, pode ser chamado de biogás e ser utilizado como fonte de energia.
Também é encontrado como componente principal nas exalações naturais de regiões petrolíferas, existindo dentro de cavidades nos estratos de jazidas de carvão mineral. Uma quantidade desconhecida (mas provavelmente enorme) de metano está presa no sedimento marinho e sob as geleiras/glaciares, conhecidos como campos de gás natural ou depósitos geológicos. O gás natural usado como combustível para veículos tem cerca de 70% de metano em sua composição.
Efeitos
Um dos efeitos negativos do CHpara o meio ambiente é a sua contribuição para o desequilíbrio do efeito estufa, podendo colaborar para o aquecimento global. O metano não entra no grupo de poluentes que servem como indicadores da qualidade do ar, porém entra no grupo dos Poluentes Climáticos de Vida Curta (saiba mais aqui) e quanto às possíveis alterações climáticas, impacta 20 vezes mais que o dióxido de carbono (CO2)
Ao ser inalado, o gás pode causar asfixia e perda de consciência, parada cardíaca e, em caso extremo, danos no sistema nervoso central.
Como controlar?
O controle do gás metano é complicado. Os processos naturais no solo e reações químicas na atmosfera ajudam a removê-lo, assim como medidas artificiais, mais diretas.
No caso da pecuária, a redução da emissão está ligada à melhoria da dieta do gado (nutrição dos animais minimiza perdas de nutrientes), à melhoria dos pastos (fertilização adequada dos solos) e medidas que diminuem a produção de gás metano proveniente dos processos de digestão dos animais - como um dispositivo wi-fi colocado no estômago de vacas (saiba mais aqui). 
No caso do lixo, o metano gerado em aterros é queimado, pois, nesse processo, transforma-se em CO2por ser mais fácil de ser sequestrado da atmosfera. Porém, existe a alternativa de aproveitamento energético, ou seja, a transformação do metano em energia elétrica em usinas instaladas em aterros sanitários. Um bom exemplo disso é uma cidade estadunidense que tem milhares de casas abastecidas por metano (veja mais aqui). 
Segundo a Prefeitura de São Paulo, a cidade conta com usinas de biogás nos aterros Bandeirantes e São João, que além de transformarem o metano em energia para 700 mil habitantes, também vendem os chamados créditos de carbono, possibilitando a redução em até 12% de emissões de gases-estufa.
Uma das alternativas que está ao alcance do consumidor é a fazer a reciclagem do lixo orgânico por meio da compostagem doméstica. No guia de compostagem, o Portal eCycle apresenta um passo a passo com a explicação do funcionamento de cada um dos métodos de compostagem para te ajudar na escolha.

Acidente nuclear no Japão.

Momento Ambiental - Carvão Mineral